POEMA DO AMOR ATRAVÉS DOS ANOS
(Do meu livro "Além do Nada")
Aos vinte anos, observamos apenas um corpo
com as suas curvas e belezas hipnóticas e nada mais além disso.
É como se nesta idade, num lago, déssemos bola
apenas para a flor da d´água,
sem interesse no que existe mais ao fundo.
Baladas, bons papos, gatos, gatas, o que ela ou ele faz ou deixa de
fazer,
não importa, o negócio é
“curtição”.
Aos trinta anos, observamos um corpo,
mas as exigências que advêm da maturidade
nos fazem olhar também o que há além dele.
Um corpo bonito, um sorriso que encanta,
têm que vir acompanhados de um
um projeto de vida e um ideal,
do contrário, nada feito.
Aos quarenta anos, após muitos caminhos percorridos,
portas fechadas, caras quebradas, estabilidade na vida,
o que é um corpo a não ser uma ilusão,
se ele ainda estiver acompanhado das futilidades juvenis?
O que é um corpo a não ser uma mentira,
se ele não estiver vestido
com as sóbrias roupas da maturidade?
É o amor que vai mudando pela vida.
Aos vinte, amor de aventura,
paixões, loucuras, atos insanos.
Aos trinta, mais exigências, menos enganos,
mais pé no chão, menos cegueira da paixão.
Aos quarenta, razoável tempo de estrada percorrida,
amor prudente, quer alguém na vida
com uma visão igualmente amadurecida.
E nessa balada do amor através dos anos,
à medida que o tempo passa,
ele vai se transformando;
outras formas, outras caras vai ganhando.
Mas apesar das mudanças,
no fundo, lá na sua essência,
ele vai sendo, eternamente,
o mesmo amor que nos envolve totalmente.
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